quinta-feira, 7 de julho de 2011

Morte no trabalho

Questão: analise a reportagem a seguir, publicada no portal Gambare:

Japão terá que pagar indenização por morte em trabalho
Corte de Nagoya diz que o governo deve pagar pensão à família de um ex-funcionário da Toyota que morreu por excesso de trabalho
por Redação Tudo Bem 11.12.2007

Em uma conferência para a imprensa, a viúva Hiroko Uchino, mostra a foto de seu marido que faleceu em 2002 depois de trabalhar 106 horas extras em um mês
A corte da província de Nagoya considerou na sexta-feira 30 que o antigo funcionário da Toyota Motor Kenichi Uchino morreu em 2002 por excesso de trabalho, conhecido como “karoshi”. A decisão foi contrária à do Ministério do Trabalho que havia recusado benefícios à viúva por considerar que a morte do trabalhador não havia acontecido por este motivo.


O funcionário, que tinha apenas 30 anos quando morreu no dia 9 de fevereiro de 2002, havia trabalhado 109 horas extras no mês em que faleceu, e pelo menos 80 horas extras nos 6 meses anteriores. O juiz que presidiu a sessão, Toshiro Tamiya, afirmou que Uchino “estava tão cansado que não conseguia nem brincar com seus filhos” relacionando a sua morte à quantidade de horas que dedicava ao trabalho na fábrica de carros da Toyota na província de Aichi.


O processo foi iniciado pela viúva de Uchino, Hiroko, 37 anos, que exigiu a revisão da decisão que rejeitou as alegações de que o empregado, responsável pela checagem de qualidade da fábrica de montagem havia falecido por excesso de trabalho.
Morte por karoshi são difíceis de serem comprovadas devido ao longo tempo de exposição ao estresse e à quantidade de variáveis envolvidas nesse tipo de morte. Isso faz com que os processos se arrastem por diversos anos, o que desestimula as famílias de perseguir indenizações, além do fato de que é muito arraigada na cultura japonesa a idéia de que o trabalho duro é uma coisa louvável.


O ano de 2006 registrou até março 355 casos de doenças graves por causa de trabalho em excesso, um aumento de 7,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Desse total, 147 pessoas morreram. O aumento é atribuído à disseminação de trabalhos informais de de meio-período, uma vez que esse tipo de trabalhador não possui a segurança que possibilite trabalhar menos horas.


Uchino, que estava na empresa desde 1989, desmaiou durante o expediente e morreu de falha cardíaca no hospital. A Toyota se recusou a comentar a decisão afirmando que a disputa judicial envolvia apenas o governo e a família Uchino, mas disse que está tomando medidas para que seus empregados não trabalhem demais.
Publicado originalmente no site do jornal Tudo Bem em 11/12/2007.

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